Acabei de acordar, e não consigo enxergar o que está na minha frente.
Gotas de suor descem em meus lábios, e eu sinto o gosto salgado delas despertando meu paladar.
Tento me movimentar e não consigo, parece que estou amarrado.
Não sei onde, não sei quem eu sou.
Uma aflição que toma o corpo, tento gritar, mas minha voz não sai.
Respiro alto, respiro baixo. Por mais que eu me esforce meus movimentos parecem ser estáticos.
Meu corpo não me obedece, minhas pernas não se levantam.
Sinto que posso estar morrendo, mas ainda não escutei o som do fim.
A agonia toma meu corpo, e eu mais uma vez tento gritar.
E parece que há algo me sufocando não deixando que eu grite.
Talvez se eu gritar socorro, alguém venha me ver.
Mas quem poderia vir?
Eu ainda nem sei aonde estou.
Meus braços parecem estar entrelaçados em mim mesmo, como se formassem um nó.
Um nó terrível, que eu mero mortal não consigo desfazer.
Sinto-me tonto, parece que tudo gira.
Mas não tenho certeza, pois não enxergo nada.
As luzes finalmente se acendem, percebo estar em um quarto branco.
Não há janelas, e eu preciso respirar.
Cadê as janelas desse lugar que eu não sei onde é?
Alguém poderia me dizer o que acontece.
Onde estou, quem eu sou, como estou ?
Mas não ouvem, minha impaciência se mistura com minha angustia.
Onde estão as pessoas?
Para onde devo olhar?
Com quem devo falar?
Abriu uma porta, alguém vem em minha direção
As minhas questões embaralham meu cérebro, e eu não consigo dizer nada
Apenas sinto uma dor no braço, e novamente caio, caio no sono profundo que me lembra a morte.
Mas ainda não escutei o som dela.
E todos os dias se tornam iguais.
A aflição e o medo fazem parte de mim.
Todos os dias, a mesma sensação de morte, mas ainda não ouvi o seu som.
Anunciando o meu fim, o fim dessa angústia.
O fim desse pesadelo.
Constante enganação, onde estou não sei
Só sei que nunca mais saí daqui.
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